segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Metodologia Aplicada

Metodologia

O Projeto de Pesquisa Viajando, após as análises investigativas em empresas especializadas em animação virtual, juntamente com as leituras bibliográficas, toma por meio de viabilização do curta metragem proposto pelo mesmo, as seguintes metodologias a saber.
Na bibliografia consultada, Chris Rodrigues, em seu livro “O Cinema e Produção – Para quem Gosta, Faz ou quer Fazer Cinema”, indica um modelo proposto que seria considerado o ideal dentro de uma estrutura profissional de execução de filmes tradicionais ou digitais, onde todos os detalhes são pensados e cada indivíduo recebe uma função específica a desempenhar dentro da execução do filme. Estas funções, das mais diversas, são oriundas de profunda organização e orçamento adequado.
Tais funções podem ser citadas por:

01 - Roteirista e seus auxiliares;
02 - Produtor e auxiliares;
03 - Diretor e seus auxiliares (incluindo desde o Diretor de Arte, Visual, Som indo até o de Vestuário);
04 - Execução (contando com atores, equipe de vídeo, áudio, efeitos, finalização, edição e pós-produção);
05 - Divulgação (equipe de mídia).

Dentro destes parâmetros, cada item acima pode ser desmembrado em mais de uma função, o que pode ocasionar uma produção contando facilmente com mais de 100 profissionais envolvidos.
Na prática, esta realidade pode ser verificada em grandes empresas como a nacional Rede Globo e empresas internacionais de cinema como a Universal Films ou a Paramount Pictures, que, contam com orçamento adequado para a produção cinematográfica.
Em contrapartida, devido às condições físicas dos participantes do projeto, a visita a centros como estes se tornou inviável, portanto, foram investidas análises investigativas a cerca de produtoras de vídeo locais, residentes na cidade de Porto Alegre, onde se verificou na prática que esta metodologia, dita como a “ideal” pela bibliografia, não se realiza totalmente.
O que se verifica é um arranjo de adequações para se conseguir produzir curtas metragens, de acordo com o orçamento oferecido pelo cliente, juntamente com o prazo determinado por este e a equipe disponível para a execução.
Dentro do padrão dito como o “ideal”, são extraídos as funções chaves, que desempenhariam o papel mais importante na execução dos curtas, e, desta maneira, observa-se que os estúdios médios ou pequenos que adotam esta metodologia, conseguem, com certo sucesso, finalizar seus trabalhos em animação fílmica.
Assim, o Projeto Viajando, com base nessa conclusão, chega a uma metodologia simplificada que, como os estúdios analisados comprovam, mostra ser passível de execução e finalização com uma equipe mínima, com sucesso dentro de um prazo esperado e um mínimo de orçamento disponível.
Esta metodologia se verifica em:

01 - Roteiro – etapa onde se define o roteiro a ser seguido, a história a ser desenvolvida. Pode ser subdivido ainda em mais duas etapas: Roteiro Literário (que contém o argumento escrito na forma de história, que pode ser acompanhado de diálogos ou não; este tipo de Roteiro ajuda o Diretor e o Produtor a visualizar como a mesma será se é possível ser vendido o produto audiovisual, se é possível ser realizado ou quanto será o orçamento necessário para sua execução) e Roteiro Técnico (que é o Roteiro usado pela equipe de produção para orientá-los sobre como a trama será desenvolvida. Conta, além da descrição das cenas, dos diálogos das personagens e suas ações e reações);

02 – Referências – nesta etapa, após ter sido definido o Roteiro e o projeto ter sido aprovado já com orçamento, busca-se mais referências além das que já foram conseguidas pelo Roteirista, para fins de auxiliar a produção do filme. Nesta etapa, fazem-se pesquisas exploratórias, leituras bibliográficas, busca por imagens em livros, revistas, sites especializados, outros filmes do mesmo gênero, enfim, todo material áudio e visual que possa ajudar a equipe de produção, a executar o filme;

03 – Cenas/Personagens – aqui se encontra a etapa de separação das boas referências (entenda-se aqui, que boas referências são aquelas que assumem o status de relevância para a execução do filme);

04 – Storyboard – é a arte que ilustra, por meio de quadros-chave desenhados, a história a ser contada pelo Roteiro, para tanto, se faz necessário o entendimento absoluto do mesmo, além do visual adotado através da etapa de pesquisa visual, citada em Referências, onde a Equipe de Produção se guiará por este para entender como deve ser o filme como um todo;

05 – Arte Conceitual – momento em que se criam, por meio de desenhos manuais ou digitais, a arte interpretada a partir da busca por referências, a separação destas e o próprio Storyboard. Onde esta arte é usada pela equipe de produção para entender como deve ser o visual do filme em produção;

06 – Monstro- esta etapa pode ser feita em paralelo com a produção de Arte Conceitual, mas imediatamente após a etapa de Storyboard, pois nada mais é do que o próprio Storyboard animado, onde se percebe o ritmo do filme, sua harmonia e sua “velocidade”. Também, igualmente usado pela equipe de produção na execução do filme.

07 – Modelagem – em se tratando de filmes digitais feitos em softwares 3D, a etapa de modelagem corresponde a etapa de execução dos personagens e cenários em ambientes 3D, que serão usados para a geração de imagens (frames) do filme. É o momento de criar todas as peças que serão usadas no filme, tal como seria se fosse um filme tradicional, onde o Cenógrafo deve dispor os elementos em uma cena;

08 – Texturização – etapa em que se revestem os elementos de cena e personagens, com alguma textura. O ato de se “texturizar” algum objeto, consiste em atribuir ao mesmo alguma imagem criada digitalmente, ou fotografada, para que este assuma as características de textura e cor que a mesma imagem atribuída oferece além de se definir também as características de comportamento na cena como brilho, aspereza ou luminância;

09 – Animação – etapa em que se dá vida aos personagens e elementos de cena. Neste momento, definem-se os movimentos e ações dentro do ambiente computacional, para que este simule o que foi definido pelo Roteiro, Storyboard e Monstro;

10 – Pré-Visualização (Preview) – nesta etapa, por meio dos softwares utilizados, faz-se uma rápida verificação do andamento das animações, se estão de acordo com o previsto nas etapas anteriores ou se deve ser revisto alguma etapa;

11 – Iluminação – uma vez que se tenham todos os elementos dispostos e animados na cena, é possível definir sua iluminação, para que assumam o visual pretendido na etapa de Arte Conceitual;

12 – Render Final – nesta etapa, entende-se aqui que a expressão Render é baseada na nomenclatura adotada em softwares 3D, onde, em uma tradução mais literal ao termo, Render significa Apresentação, portanto, nesta etapa, é feita a apresentação dos resultados finais baseados em cálculos matemáticos que os mesmos softwares fazem, usando para isto, informações de geometria 3D, texturas, iluminações e movimentos animados (o sistema analisa as informações em ambiente computacional 3D, e devolve na tela, como resultado, uma saída de imagem em 2D);

13 – Edição e Pós-Produção – neste momento fazem-se a junção dos diversos fragmentos de filmes renderizados (apresentados) dentro de softwares de edição de filmes, para fim de deixar o mesmo filme coeso ou imprimir-lhe ritmo variado, além de incluir as trilhas sonoras. Após esta etapa, a seguir entra a de Pós-Produção, que nada mais é do que a aplicação de filtros e efeitos no filme, que o tornam mais interessante;

14 – Filme Finalizado – aqui se têm o filme já pronto, que pode ser divulgado ou comercializado.

Evidentemente, apesar da linearidade aqui apresentada nesta metodologia, as etapas não trabalham de forma totalmente independentes: elas se concatenam em certas situações e, muitas vezes, se resolve uma dada situação de uma dada etapa, se for resolvida em outra etapa que seria posterior àquela que apresenta problemas.
Existe a necessidade de constante aprimoramento dos resultados do fluxo de trabalho apresentado nesta metodologia, porque a cada etapa que se conclui, os resultados podem ser melhorados, forçando as etapas anteriores a se adequarem para que o filme possa ser executado da melhor maneira possível.

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